sexta-feira, 12 de outubro de 2012

A porta está sempre aberta!




Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Dom Müller: “Não haverá mais conversações com a Fraternidade”.
Dom Müller e o guru-mor da Teologia da Libertação, Gustavo Gutierrez: não, eles não estavam negociando quanto à Fé.
Dom Müller e o guru-mor da Teologia da Libertação, Gustavo Gutierrez: não, eles não estavam negociando quanto à Fé.











 - Roma, 4 de outubro de 2012 -  Pouco antes do 50º aniversário do Concílio Vaticano II, o novo Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Arcebispo Gerhard Ludwig Müller (foto), põe fim às negociações com a Fraternidade São Pio X.
Ele disse literalmente: “Essa Fraternidade não é uma parceira de negociações para nós, porque não existem negociações no que tange a Fé”. O Arcebispo Müller se expressou dessa maneira em entrevista exclusiva à rádio NDR Kultur.
O escopo de tarefas do Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé inclui também a questão de uma possível integração da Fraternidade tradicionalista na Igreja Católica. Em vista de um possível recomeço dos tradicionalistas, o Arcebispo Müller disse: “Em um sentido pastoral a porta está sempre aberta”.
O Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé esclareceu ainda em conversa com a NDR Kultur que: “Não existem reduções no tocante à Fé Católica, precisamente como ela foi formulada validamente no Concílio Vaticano. O Concílio Vaticano II não está em contradição com toda a tradição eclesial, na melhor das hipóteses, está em contradição com algumas falsas interpretações da Fé Católica”.
O Arcebispo Müller disse ainda: “Não podemos entregar a Fé Católica a negociações. Não existem concessões”. Na Congregação para a Doutrina da Fé os procedimentos seguintes serão agora resolvidos em união com o Papa.
Os padres da Fraternidade teriam que aceitar a explicação que lhes foi apresentada, enfatizou Dom Müller. “Creio que agora não existe mais nenhuma nova conversação”, disse o Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé.
Em vista do 500º aniversário da Reforma, no ano de 2017, o Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé explicou que os acontecimentos devem ser ordenados de maneira historicamente correta. Isso seria uma oportunidade de nos certificarmos do processo ecumênico e de tomarmos isso como um impulso, a fim de que também o caminho para uma maior unidade da Igreja seja empreendido de maneira consciente, objetivando a unidade visível de todos os cristãos em uma Igreja.
Com relação a um dos gestos de reconciliação entre católicos e protestantes sugeridos pela líder da Igreja Evangélica Luterana da Alemanha (EKD), Margot Käßmann, Dom Müller disse que essa reconciliação já teria sido praticamente alcançada há muito tempo, através de todo o processo ecumênico. Já se teria muito em comum e não se estaria no começo. “Não precisamos contemplar essa data agora de maneira tão mágica”, esclareceu Dom Müller.
A entrevista com o Arcebispo Gerhard Ludwig Müller foi conduzida por Florian Breitmeier. Ela poderá ser ouvida no programa “Das Gespräch” na noite de sábado, 6 de outubro, às 18:00h no canal NDR.kultur.
Comentário da FSSPX-Alemanha: Não se poderia esperar outra coisa. Ainda assim é inexplicável como o Papa Bento XVI, nesta situação difícil das conversações, pôde nomear um oponente declarado da Fraternidade como parceiro de negociações. Será que o Papa queria aumentar a pressão sobre a Fraternidade através do Arcebispo Müller, para que ela reconhecesse o Concílio também em seus pontos controversos?
Em caso afirmativo, então, esse plano foi de antemão condenado ao fracasso. A Fraternidade permanecerá sempre fiel à linha de seu fundador, que participou ele mesmo do Concílio e já naquela época reconhecia claramente que, embora haja muita coisa correta no Concílio, os progressistas conseguiram inserir passagens ambíguas e falsas.
Precisamente essas passagens posteriormente formaram a base para a interpretação do Concilio como brecha para uma nova eclesiologia: A Igreja como um caminho entre muitas religiões com os mesmos direitos.
Até que essas passagens polêmicas sejam esclarecidas e a falsa eclesiologia seja rejeitada, não se dará o reconhecimento do Concílio de maneira abrangente, como fala o Arcebispo Müller.